Princesa ou bruxa má? Saiba como identificar e neutralizar complexos que atrapalham a carreira de muitas mulheres

Você já trabalhou com a Rainha de Copas? É colega da Bruxa Má? Antes que pense que irá ler a respeito de contos de fadas em que até você pode se tornar Cinderela ou Princesa Fiona, saiba que essas personagens são usadas para denominar comportamentos – ou complexos – que podem afetar não apenas a vida pessoal, mas profissional de muitas mulheres.
No Brasil, segundo dados do IBGE (2013), 38% dos lares são chefiados por mulheres. Em outros tantos lares, as mulheres trabalham para complementar a renda familiar, assim, grande parcela da força de trabalho no país é feminina. Entretanto, se por um lado muitas mulheres estão avançando no mercado de trabalho, por outro, muitas trabalhadoras podem estar comprometendo suas carreiras por sofrer com complexos. “Na Psicologia, o complexo é definido como uma série de pensamentos e ideias que se relacionam entre si e levam a pessoa a se comportar, sentir ou pensar de acordo com aquilo que acredita que vê”, afirma Gisele Meter, psicóloga e consultora estratégica em gestão de pessoas e de mudança organizacional.

Segundo ela, esses comportamentos costumam vir de complexos gerados por um padrão de pensamento que causa insegurança e precisa ser mudado. “O pensamento tem um poder imenso, tanto para o bem como para o mal”. Gisele explica que quando achamos que não executamos bem uma tarefa, podemos emitir mensagens inconscientes ao nosso cérebro e realmente acabar não conseguindo desenvolver competências na área pretendida. Ao passo que, ao procuramos afastar tais ideias da cabeça e olhar para a solução em vez de para o problema, temos a oportunidade de nos superar e até alcançar resultados que sequer havíamos imaginado.

A solução para o problema pode ser muito simples. Gisele diz que o segredo é um comportamento que pode ser imitado das crianças: usar a imaginação. “É o que chamo de ‘agir como se’, a brincadeira de faz de conta em que nos transportamos a um mundo onde tudo é possível”, ensina. “Pense no que você gostaria de ser, espelhe-se nas pessoas que admira e acredite que é capaz. Essa é uma boa maneira de deixar os complexos de lado e encontrar seu jeito de ser uma excelente profissional, sem barreiras, insegurança e, acima de tudo, de forma autêntica.”

Confira os principais complexos femininos no ambiente de trabalho de acordo com Gisele Meter:

- Complexo de Cinderela (como o descreveu Colette Dowling no best-seller de 1981): A mulher se acomoda no mercado de trabalho e deixa de competir, assumindo uma postura passiva e resignada. À espera que algo bom aconteça e sem agir para isso, acaba inutilizando o próprio potencial criativo.

- Complexo de Gabriela: O complexo de Gabriela, refere-se à canção de Dorival Caymmi – Modinha para Gabriela –, em que o refrão fala de uma mulher que acredita que as coisas são sempre assim e jamais mudarão – “Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim: Gabriela, sempre Gabriela!”.
É aquela mulher que vê dificuldade em tudo, acredita que as coisas não mudam e que ela não pode fazer muita coisa, pois se acha pequena, fraca e não procura uma maneira de mudar de vida.

- Complexo da Bruxa Má: Ela vive se comparando às colegas de trabalho, acreditando ser a melhor em todos os sentidos, e não aceita críticas. É a mulher que, quando sente que sua competência pode ser ameaçada, trata logo de tirar a “rival” do caminho, para isso usando fofocas, exclusão, desmerecimento ou até mesmo o bullying no ambiente de trabalho.

- Complexo da Rainha de Copas: A personagem de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol, tem o “pavio curto”, é autoritária e tem somente um modo de resolver todas as dificuldades, grandes ou pequenas: “cortem-lhe a cabeça!”, grita sem pensar duas vezes e sem mesmo olhar em volta. No ambiente de trabalho, é a mulher que resolve tudo com demissão ou ameaças. Na verdade, é insegura e se sente a todo momento ameaçada, precisando provar que tem o poder. Não utiliza o pensamento estratégico nem faz uma análise da situação, apenas ameaças como forma de persuadir as pessoas.

- Complexo de Princesa Fiona: É aquela que oscila o tempo todo – ora princesa, ora ogra, tal como no filme Shrek (2001), da Dreamworks. É a mulher que tem um grande potencial, mas, às vezes, duvida do que é. Acredita que se fosse de outro jeito, se tivesse mais atitude ou mesmo mais conhecimento, seria mais feliz, reconhecida e teria maiores oportunidades. Para afastar o complexo de Fiona, o ideal é primeiro se aceitar e procurar trabalhar as habilidades que tem para se fortalecer profissionalmente. Pode ser vista como insegura e até mesmo como imatura.

Sobre Gisele Meter
Gisele Meter é psicóloga (CRP 08/18389), empresária, diretora executiva de Recursos Humanos, palestrante, consultora estratégica em gestão de pessoas e gestão de mudança organizacional. Colunista de portais e sites voltados ao público feminino e de Administração, ela também é a idealizadora do método Life® – Liderança Feminina Estratégica para o desenvolvimento de líderes nas empresas. Mais informações pelo site www.giselemeter.com.br.

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