Falta de profissionais de tecnologia da informação prejudica crescimento do setor

Mais de 420 mil vagas serão abertas, só no Brasil, nos próximos cinco anos

Daquela banca de revista às instituições financeiras mais renomadas do país, até 2022 a previsão é que 80% do crescimento de receita das empresas dependerá diretamente de ofertas e operações digitais, de acordo com a mais recente pesquisa da IDC Brasil. Além disso, a cada ano, U$ 6 trilhões são jogados fora com os danos cibernéticos. Esse levantamento foi feito pela Cybersecurity Ventures, principal instituição de pesquisa do mundo sobre economia cibernética.

Para complementar esse cenário, segundo as projeções da Brasscom, das 420 mil novas oportunidades em tecnologia, uma em cada quatro (107,1 mil delas), serão demandadas em atividades relacionadas à internet das coisas. Outras 45,3 mil (11%) são para a área de segurança. Enquanto 40,7 mil postos serão exigidos por atividades de Big Data e Analytics, o segmento de computação em nuvem, precisará de 24,8 mil (6%) vagas novas em cinco anos. “Só em Curitiba, a estimativa é que faltam hoje 3.000 profissionais no setor de tecnologia da informação (TI)”, complementa Adriano Krzyuy, presidente da Assespro-PR.

O mercado para profissionais ligados à tecnologia da informação está entre os temas do Fórum Internacional sobre Segurança Cibernética – CyberSec 2019, que ocorre no Campus da Indústria da Fiep, em Curitiba, nos dias 25 e 26 de junho. As inscrições custam a partir de R$ 380,00 (para grupos de 10 pessoas) e R$ 420,00 (individuais) e podem ser feitas através do Sympla: https://www.sympla.com.br/cybersec-2019—forum-internacional-de-seguranca-cibernetica__499146. O Fórum Internacional sobre Segurança Cibernética é realizado pela Paraná Metrologia, Fundação Araucária, Sistema Fiep, Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-Paraná) e Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre). Mais informações no site www.cybersec.org.br.

Perfis qualificados
Candidatos, com conhecimentos atualizados e que tenham fluência em inglês se destacam nos processos de seleção. Outras qualificações também podem alavancar as chances do profissional. “Mesmo que o Brasil não tenha uma relação sólida, no setor de tecnologia, com a China, somos uma potência em crescimento. Outro que se tornou referência aqui para a América Latina é o Chile”, comentou Krzyuy.
Para ele, “aqueles candidatos que possuem um alto grau de desempenho em lógica e em segurança são os que mais são visados no setor de proteção de dados, por exemplo. Afinal, eles terão de entender e solucionar problemas com impactos exorbitantes”.

Um levantamento feito pelas consultorias Robert Half, Talenses, Page Personnel e a empresa Catho, divulgados pela Revista Exame, mostra que 17 cargos serão os mais solicitados em 2019, com salários que variam de R$ 2 mil a R$ 45 mil por mês. São eles: gerente de TI e de projetos, profissional da área de suporte, especialista de Business Intelligence (BI), analista de BI com foco em análise de mercado e ETL, programador Front-end, UX/UI – Usabilidade, interface e interação, desenvolvedor Full-Stack e mobile, chief Technology Officer e Data Officer, gerente de Segurança da Informação, programador de Java, engenheiro de Inteligência Artificial, cientista de Dados, desenvolvedor de projetos de ERP e gerente da Informação/Banco de dados.

Déficit educacional
Muito além da graduação e dos cursos de especialização, a educação básica está impactando diretamente no desempenho dos profissionais. “Se houvesse um preparo melhor nas matérias de exatas e em línguas estrangeiras, os candidatos estariam mais bem preparados para o que as funções exigem e não teríamos tantas vagas abertas”, avalia o presidente da Assespro-PR. “Não estamos preparados para a gama de tecnologia que temos. Na verdade, estamos correndo contra o prejuízo. Vemos, no mercado atual, que muitos países estão muito à frente como: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, entre outros.”

Mudanças para o futuro
Hoje, a Lei Geral de Proteção dos Dados (LGPD) está aguardando somente a sanção presidencial. A medida é apoiada pelas empresas de tecnologia e pelas instituições financeiras. Caso seja aprovada, terá até 18 meses para entrar em vigor. Krzyuy explica que essa regulamentação é fundamental, junto com o Marco Civil da Internet, para criar a Autoridade Nacional de Proteção dos Dados (ANPD) e determinar quais qualificações profissionais serão necessárias. “Eu costumo dizer que a TI está se especializando tanto ou mais que a Medicina, porque a área de abrangência é tão grande que precisamos de profissionais direcionados”, considera.

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