Dia Nacional da Doação de Órgãos: Entenda como é o processo e como ser um doador

Coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Hospital São Vicente Curitiba explica as principais dúvidas dos pacientes

Na próxima segunda-feira, 27 de setembro, é o Dia Nacional da Doação de Órgãos. Segundo dados do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, entre janeiro e julho de 2021 foram realizadas 213 doações de órgãos no estado. Contudo, no mesmo período, foram notificados 746 possíveis doadores, mas 22% não foram efetivados por recusa familiar. 

Não saber se a pessoa falecida gostaria de ser doadora ou dúvidas sobre o procedimento costumam ser as principais causas para que não ocorra a doação de órgãos. “Buscamos sempre entender e explicar todas as dúvidas, pois muitas vezes é apenas falta de informações que as pessoas têm”, explica Jaqueline Nascimento, enfermeira coordenadora da UTI e da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) do Hospital São Vicente Curitiba.

A coordenadora comenta que quando pessoas famosas falecem e seus órgãos são doados, aumentam as doações devido à conscientização que ocorre na mídia. “É preciso falar mais sobre doação de órgãos, entender como é o processo e procurar informações com fontes confiáveis para as pessoas entenderem a importância desse gesto”, afirma.

Quem pode ser doador de órgãos
Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos, basta apenas avisar a família. “Antes colocava-se no documento de identidade se era doador ou não, mas essa informação não tem mais validade, a decisão é dos familiares do paciente”, observa a enfermeira. “Por isso a importância de sempre avisar a família”, orienta.

Podem ser doados rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado, intestino e tecidos (córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias). Existem algumas contraindicações para a doação, como Covid-19, Hepatites B e C, doenças sexualmente transmissíveis, algumas neoplasias e doenças autoimunes, entre outros. “Mas cada situação precisa ser avaliada. Se o doador tem Hepatite B e uma pessoa que precisa de um fígado também tem essa hepatite, existe uma possibilidade de receber o órgão. Depende de cada caso, todos são avaliados pela equipe do hospital com a equipe da Central Estadual de Transplantes”, pontua Jaqueline Nascimento.

Para ser doador, o paciente que faleceu precisa estar internado em uma UTI. “Uma pessoa que morre em casa, não sabemos a causa do falecimento, o horário em que faleceu e precisaria estar em ventilação mecânica e tomando medicamentos específicos”, aponta a enfermeira. “Geralmente, os pacientes têm uma evolução muito rápida para a falência dos órgãos depois que ocorre a morte encefálica”, complementa.

Jaqueline ressalta que somente é conversado com os familiares depois que é diagnosticada a irreversibilidade da morte do paciente. “É seguido um protocolo em quatro etapas e com quatro profissionais. Alguns protocolos podem durar de dois a três dias, dependendo do processo e da estabilidade do paciente, para que sejam atendidos todos os critérios. Somente após toda essa certificação é que conversamos sobre a doação”.

Rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões ainda podem ser doados por pessoas vivas. “Aqui, no hospital, fazemos com frequência esse tipo de doação de rim. Geralmente, são familiares que doam. Quando acontece de ser uma pessoa que não é da família, existe um processo judicial para permitir a doação”, revela a coordenadora da UTI e CIHDOTT do Hospital São Vicente Curitiba.

Lista de espera
Até julho de 2021, 2.459 pessoas estavam na lista de espera do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, que é o único coordenador de todas as doações de órgãos no estado. Após a autorização da família, a Central de Transplantes é notificada e a busca começa sempre pela cidade onde ocorreu o falecimento. Quando não há pessoas compatíveis, é feita a busca no estado e somente depois em todo o Brasil.

Para a maior parte dos órgãos, a prioridade é para o tempo em que a pessoa está na lista. Em alguns casos, como o fígado, é pela gravidade da doença e, no caso do rim, a compatibilidade é um dos principais fatores.

Referência em transplantes
Desde 2010, o Hospital São Vicente Curitiba realiza transplantes de fígado e rim – até hoje, já foram realizados 352 transplantes renais e 562 hepáticos. Com equipes especializadas, formadas por profissionais da CIHDOTT e do Serviço de Transplante, a instituição é referência nessa área e possui o Selo de Certificação de Transplante Hepático e Renal da Central Estadual de Transplantes do Paraná.

Sobre o Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF
O Grupo Hospitalar São Vicente-FUNEF, formado pelo Hospital São Vicente Curitiba, fundado em 1939, e pelo Hospital São Vicente CIC, inaugurado em 1973, atende a diversas especialidades, sempre pautado pela qualidade e pelo tratamento humanizado. Referência em transplantes de fígado e rim e nas áreas de Oncologia e Cirurgia, desde 2002 o Grupo é mantido pela Fundação de Estudos das Doenças do Fígado Kotoulas Ribeiro (FUNEF).

O Hospital São Vicente Curitiba é um hospital geral de alta complexidade. Em uma estrutura moderna, conta com pronto-atendimento, centros médico, cirúrgico e de exames, UTI, unidades de internação e centro de especialidades. Possui o selo de certificação intermediária de transplantes hepático e renal da Central Estadual de Transplantes do Paraná e seu programa de Residência Médica é credenciado pelo Ministério da Educação (MEC) nas especialidades de Cirurgia Geral, Cirurgia Digestiva, Cancerologia Cirúrgica e Radiologia.

A instituição integra ainda a lista de estabelecimentos de saúde que atendem ao padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde. Mais informações no site www.saovicentecuritiba.com.br.

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