Nossa finitude

Por Kristiane Rothstein

O filósofo contemporâneo Mário Sérgio Cortella acaba de lançar o livro “Vivemos mais! Vivemos bem?”. O livro, assim como suas palestras ou entrevistas, sempre nos levam a reflexão. E fácil, fácil, vem a conclusão: com a longevidade, as doenças serão, certamente, nossas companheiras.

Lembro-me de uma entrevista com o oftalmologista Marco canto: “Dr. quem pode ter catarata?” E a resposta: “só quem tiver a sorte de passar dos 60 anos”. Esta resposta resume bem a ação da nossa condição humana de degeneração ao passar dos anos. Então, qual deverá ser nossa postura, senão buscar hábitos saudáveis?

Todo mundo já sabe que alimentação rica em verduras e frutas é fundamental. E os exercícios? Estes também! (Eu, infelizmente, ainda não sou uma adepta). Outro hábito essencial é não fumar.

Se você fuma, mas quer parar, uma dica é obter esclarecimentos na ação que ocorre na Boca Maldita, na quinta, 29 – Dia Nacional de Combate ao Tabagismo. A prefeitura terá profissionais orientando a população.

Bem, se você não quer ir até lá, seguem algumas informações sobre o quanto o cigarro prejudica a sua saúde na visão de um pneumologista, um neurologista, um fisioterapeuta e um cardiologista:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pulmão é a causa de cerca de 70% das mortes ocasionadas pelas doenças relacionadas ao tabagismo. No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que 90% dos casos da doença ocorrem em pessoas fumantes ou ex-fumantes. “A conscientização das pessoas deve ser contínua, pois todos os anos surgem novos consumidores potenciais de cigarro: os jovens, que muitas vezes não sabem dos males que o fumo causa para o seu próprio organismo. Este desconhecimento facilita a indústria a estimular esse grupo a iniciar a experimentação, para depois vir o hábito e o vício”, afirma o pneumologista Dr. Carlos Eduardo do Valle Ribeiro, presidente da Sociedade Paranaense de Tisiologia e Doenças Torácicas.

“A fumaça do cigarro diminui a circulação sanguínea nos platôs do disco invertebral, que são os amortecedores naturais da coluna, evitando que os nutrientes cheguem ao seu destino. Com isso, o disco resseca e se desgasta mais facilmente, chegando a rachar e causando a hérnia de disco”, explica o fisioterapeuta Dr. Giuliano Martins, diretor regional da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna (ABRColuna) e do ITC Vertebral Curitiba. Segundo ele, o problema é progressivo. “Quanto antes o indivíduo começar a fumar, maiores são as chances de desenvolver a hérnia. Os sintomas iniciais são as dores nas costas e um leve inchaço no local, que pode progredir.”

“O tabagismo é fator causal de bronquite, enfisema, câncer de pulmão e ainda está associado à doença arterial, seja das coronárias (angina, infrator), periférica (isquemia dos membros) ou do cérebro (AVC)”, explica o neurologista e coordenador do Grupo de Neurologia do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC), Dr. Pedro Kowacs. O neurologista lembra ainda dos malefícios para as crianças: “Os filhos de mães que fumam durante a gestação podem apresentar distúrbios aprendizagem e comportamentais. Os efeitos na criança são tanto, que até seu DNA pode sofrer modificação.”

“O controle do tabagismo é, antes de tudo, um problema de saúde pública, portanto, todas as ações dirigidas para minorar os males do tabaco revertem em benefício da sociedade”, considera o diretor do Departamento de Tabagismo da Sociedade Paranaense Cardiologia-PR, Dr. André Ribeiro Langowski, que completa:“Crianças que convivem em casa com adultos fumantes tem até 50% mais chances de desenvolver infecções”, alerta o cardiologista.

Tá dado o recado.

  • PDF
  • Imprima tranquilo! Nosso layout de impressão não consumirá muitos recursos de sua impressora, pois é preto e branco e contém apenas o texto do artigo.

    Imprimir
  • Email

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>