Mitos e verdades da Cirurgia da Obesidade

Quando o assunto é cirurgia bariátrica, a popularmente chamada cirurgia para redução do estômago, muitas dúvidas surgem na cabeça dos pacientes. “Que tipo de técnica eu devo fazer, o procedimento é apenas estético, sentirei muita fome, poderei voltar a engordar, terei relações sexuais normalmente” são apenas questões que precisam ser respondidas pelo cirurgião bariátrico e sua equipe multidisciplinar, formada por endocrinologista, nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga, cardiologista, enfermeira e cirurgião plástico. Para esclarecer algumas questões, o cirurgião bariátrico, Dr. Giorgio A. P. Baretta, explica o que é mito e o que é verdade sobre o assunto.

A cirurgia bariátrica pode ser considerada um procedimento estético.
Dr. Giorgio Baretta: Mito. A cirurgia bariátrica não é uma cirurgia estética. Normalmente, os pacientes que são submetidos a ela, já passaram por vários tipos de dieta ou outros meios para perder peso. Não é um procedimento que pode ser feito apenas por quem tem poucos quilos a mais, pensando apenas em ficar mais visualmente belo, mas também pensando em sua saúde.
Para ter a indicação da cirurgia, é preciso aplicar o índice de massa corpórea (IMC), que deve ser acima de 35 kg/m² e ter algumas doenças associadas (como diabetes, pressão alta, colesterol e triglicerídeos elevados, apneia do sono, problemas articulares em joelhos e coluna e outras doenças).
Para calcular o Índice de Massa Corpórea, basta dividir o peso em quilos quadrado da altura do paciente em metros.
Exemplo: Se uma pessoa tem 95 quilos e 1,60 de altura, seu IMC será 37,10Kg/m2.
IMC: 95 / (1,60 m X 1,60 m) = 37,10

Poderei me alimentar exatamente como fazia antes da cirurgia.
Dr. Giorgio Baretta: Mito. A ingestão de comida irá diminuir consideravelmente, mas, a quantidade dependerá do tipo da técnica escolhida para a cirurgia. Caso a cirurgia escolhida seja o Bypass Gástrico ou cirurgia de Fobi-Capella, o paciente precisa estar preparado para entrar em uma dieta e lembrar que seu estômago, com aproximadamente 30 a 50 ml, não vai mais tolerar tanta comida. Se ficar decidido que será usada a técnica Restritiva de Sleeve Gastrectomia, o paciente ficará com o estômago um pouco maior, tendo uma capacidade de 150 a 200 ml e a alimentação pode ser menos restritiva e sem nenhuma disabsorção por não ser desviado o intestino. Nas cirurgias disabsortivas como o Duodenal Switch e o procedimento Scopinaro, o paciente pode se alimentar em maior quantidade, porém haverá uma grande disabsorção devido ao desvio importante do intestino.

No período pós-cirúrgico sentirei muita fome.
Dr. Giorgio Baretta: Mito. Como o estômago estará bastante reduzido, a sensação de saciedade com quantidade de comida reduzida será mais rápida e maior. O estômago excluído não receberá mais alimento e produzirá menos hormônios (Ghrelina) que produzem a fome.

É possível engordar novamente.
Dr. Giorgio Baretta: Verdade. Mesmo o risco sendo baixo, de 10% a 20%, ele existe. A cirurgia bariátrica é uma ferramenta eficaz no auxílio ao emagrecimento, mas não é milagrosa! O paciente passará pelo processo de emagrecimento e poderá ficar estacionado em um peso. Assim que estabilizar essa oscilação, suas funções orgânicas estarão normalizadas e, a partir daí, se não continuar seguindo uma dieta balanceada acompanhada por uma nutricionista, fizer exercícios físicos e não retornar ao cirurgião sempre que indicado, o paciente poderá voltar a engordar.

Poderei engravidar só após um ano e meio a dois anos após a cirurgia.
Dr. Giorgio Baretta: Verdade. As mulheres que desejam ter filhos após a cirurgia bariátrica, precisam se atentar a uma recomendação: esperar ao menos 18 meses para a gestação. Antes desse período, por conta das funções de absorção de vitaminas e proteínas da paciente estar limitadas, diversos problemas podem acontecer para o bebê.

A pílula anticoncepcional perde a eficácia após o procedimento cirúrgico.
Dr. Giorgio Baretta: Verdade. Como na maioria das cirurgias bariátricas é feito um desvio no intestino, a pílula anticoncepcional perde parte de sua eficácia. Para que as pacientes tenham relações sexuais e não engravidem, são recomendadas injeções de anticoncepcional, DIU, implantes ou o uso de preservativos.

Exercício físico ajuda no processo de emagrecimento.
Dr. Giorgio Baretta: Verdade. Como em qualquer processo para emagrecer, o exercício físico é fundamental. Eles ajudam na obtenção de músculos e na perda de peso. Porém, para começar a realizar as atividades físicas, é preciso seguir as recomendações do fisioterapeuta e do preparador físico da equipe multidisciplinar.

Para mais informações, acesse: www.giorgiobaretta.com.br

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