A tuberculose é a doença infecto-contagiosa curável que mais mata no mundo. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde são registradas dois milhões de mortes por ano. O Brasil, de acordo com a segundo a OMS, está dentro do grupo de 22 países responsáveis por 90% das mortes causadas pela tuberculose. Por ano, 100 mil novos casos são diagnosticados e seis mil mortes são registradas no país.
O Dia Internacional da Tuberculose, lembrado no dia 24 de março, tem como objetivo reforçar a divulgação sobre a doença e incentivar a realização de exame específico e tratamento adequado. “As pessoas que apresentarem tosse por mais de três semanas, escarro com sangue e falta de ar devem procurar um médico. Também é importante observar se ocorre febre e se a pessoa está emagrecendo muito rápido”, orienta o pneumologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Dr. João Adriano de Barros.
Ao notar os sintomas o paciente deve fazer a coleta de escarro, necessário para a realização da baciloscopia, que confirma o diagnóstico da tuberculose. No Brasil, o tratamento da tuberculose é fornecido gratuitamente pelo governo. No Paraná, a Secretaria de Saúde possui programa de análise epidemiológica e capacitação de profissionais para o tratamento. “Ocorrem seis mil mortes por tuberculose por ano no Brasil, uma incidência significativa, que está relacionada, principalmente, ao abandono do tratamento”, ressalta o pneumologista.
Causas e diagnóstico
De acordo com o pneumologista, a doença está diretamente relacionada as condições sócio-econômicas, como aglomeração de pessoas e moradias inadequadas e mal-ventiladas. “Como é uma doença de transmissão de pessoa para pessoa, há propagação mais intensa nessas situações”, alerta.
Outro fator importante para a tuberculose se manifestar é a baixa imunidade, que é relevante, principalmente, em casos de desnutrição, alcoolismo e HIV. “Quanto há um paciente com diagnóstico de tuberculose, nós solicitamos o exame de HIV e vice-versa. Afinal, pessoas soropositivas apresentam imunidade baixa e ficam mais suscetíveis a contrair a doença”, explica o especialista.
Para diminuir os índices de tuberculose, além da melhora das condições sócio-econômicas do país, é importante o diagnóstico ser feito precocemente, assim, o paciente infectado logo deixa de transmitir a doença. O tratamento, feito com antibióticos deve ser seguido à risca durante seis meses. “Pelo tratamento ser demorado, 30% das pessoas abandonam a medicação por conta da melhora na fase inicial. Estes indivíduos terão recaídas, o que deixa a tuberculose mais resistente aos antibióticos e torna o tratamento mais difícil e caro”, salienta Dr. João Adriano.
Sobre a doença
Causada pelo bacilo de Koch, a tuberculose ocasiona uma inflamação no pulmão, como se fosse uma pneumonia de evolução lenta. Esse processo pode provocar cavidades no pulmão, seguidas de sangramento. “Há outras formas de manifestação como derrame pleural (água nos pulmões), formação de nódulos e acometimento de outros órgãos provocando as denominadas: meningite, artrite tuberculosa, além do envolvimento intestinal”, esclarece Dr. João Adriano.