Acidentes de trabalho podem causar danos irreversíveis à visão

*Marco Canto

No Brasil, embora não haja pesquisas ou estatísticas que revelem com precisão o número de pessoas vítimas de acidentes oculares, segundo estimativas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), mais de 150 mil acidentes ocupacionais oculares ocorrem anualmente. No entanto, a maioria das vítimas não procura atendimento especializado, por isso, é bem provável que esse número seja bem maior.

A maioria das visitas ao consultório oftalmológico por conta de acidentes oculares no trabalho é motivada pelas lesões nos olhos, principalmente, por corpo estranho aderido a córnea, como por exemplo, esmeril de lixadeira ou material metálico. São também frequentes casos de traumas contusos, como batidas e bolada de futebol e corpo estranho nas pálpebras e queimaduras químicas. Os pacientes percebem o machucado nos olhos apenas após sentir os primeiros sintomas como: olho vermelho, sensibilidade à luz, irritação, dor e desconforto ocular. A demora ao procurar atendimento pode causar sequelas, como infecções e cicatrizes que podem comprometer seriamente a visão.

Algumas atividades como linha de montagem industrial, mecânica e construção civil também correm maior risco de acidentes, podendo até mesmo sofrer uma perfuração. Por isso, é essencial o uso dos óculos de proteção, que podem prevenir acidentes sérios que, muitas vezes, causam cegueira irreversível.

Existem vários modelos e tipos de óculos: os de lente de vidros ou acrílico, haste ou elástico, filtros de proteção contra raios ultravioletas e infravermelhos. Os soldadores, por exemplo, devem usar óculos com proteção UVA e infravermelha durante todo período de suas atividades. E nunca devem retirá-los, pois alguns segundos sem proteção podem provocar queimaduras na córnea, devido à radiação emitida pela luz da soldagem. A queimadura pode ser dolorosa e inicia logo após algumas horas do procedimento.

A empresa deve escolher e fornecer óculos apropriados para cada atividade do trabalhador, que ainda é a melhor prevenção. O uso desses objetos, aliado a atenção e prudência durante as atividades são determinantes para diminuir a chance de um acidente. Porém, os funcionários devem ficar atentos e não utilizar acessórios com defeitos, quebrados, lentes riscadas ou sem proteção lateral. Além disso, a empresa deve fazer uma fiscalização, fornecer uma boa iluminação para as atividades e manutenção adequada de seus equipamentos.

*Marco Canto é médico formado pela Universidade Federal do Paraná, tem residência em Oftalmologia pelo Hospital de Clínicas da UFPR. É vice-presidente da Associação Paranaense de Oftalmologia e diretor da Clínica Canto, em Curitiba.

Sobre a Clínica Canto
Com mais de 30 anos, a Clínica Canto oferece serviços de oftalmologia com médicos especializados, priorizando a qualidade diagnóstica e terapêutica para seus pacientes. Com duas unidades em Curitiba, no Centro e no Seminário, oferece moderna e completa infraestrutura para exames simples ou de alta complexidade e cirurgias oftalmológicas. Mais informações no site www.clinicacanto.com.br.

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