Viva a tecnologia!

Por Lucas Rothstein

Há 30 anos, o modo de viver era bem diferente de agora e para os mais novos, como eu, pode ser até mesmo inusitado. Os costumes, formas de pensar, agir e os acessos à tecnologia mudaram.

Antes os celulares eram grandes, pesados, com antena e conhecidos, popularmente, como “tijolares”. Serviam somente para ligações, e isso já era muita tecnologia, pois antes deles era mais difícil se comunicar. Se você saísse para ir ao cinema e se atrasasse para chegar em casa, os pais não tinham o que fazer, além de esperar e esperar. Se para os mais velhos era um exercício de paciência e controle da preocupação, para os filhos até era bom não ficar sendo controlado o tempo todo para saber onde estava. Mas, se você estivesse em perigo ou em situações constrangedoras não teria como avisar.

Certa vez, uma pessoa da minha família passou por uma situação curiosa para nós hoje, mas comum naquela época. Ela perdeu o último ônibus para ir para casa e o próximo seria muito tarde. Embora a moça já tivesse 19 anos, não costumava se atrasar. Como não tinha telefone fixo em casa – um luxo há cerca de 20 ou 30 anos -, não poderia avisar ninguém. Quando chegou, seu pai estava em prantos, sem saber o que fazer.

Falando em ônibus, naquela época também não tinha cartão-transporte. Eram usadas fichas de metal, o que um era incômodo, pois se perdesse uma delas, simplesmente ficaria sem poder usar o transporte. Nos dias de hoje, você apenas usa o cartão e se perder, pode bloqueá-lo.

Agora uma situação pior que as fichas: imaginem se perder, não saber aonde está e como fazer para ir onde deseja? Pois é, não tinha GPS, nem celulares com esse dispositivo. Tinha que ir perguntando às pessoas e nem sempre as informações estavam corretas.

Outra ficha muito comum na época era a de telefone. Se você queria falar com alguém e estava na rua, o jeito era usar os “Orelhões” (hoje, quase extintos). Mas, vale lembrar que ter telefone em casa era uma raridade. Quem tinha o aparelho era alguém de posses, com direito a ser acionista da companhia telefônica!

Outra invenção do passado, mas muito útil na época, era o Pager, uma espécie de BIP, no qual se recebia recados e podia mandar mensagens. Toda vez que entrava uma mensagem fazia um barulho escandaloso, apitando sem parar.

A falta de recursos tecnológicos incomoda, mas tem seu lado bom. Você tem que ter mais confiança em seus sentidos, criar mais responsabilidade e se ‘virar’ nas situações de ‘aperto’.

Analisando tudo isso, dá para ver como é a minha vida hoje e como era a dos meus pais. A tecnologia é bem diferente e, na maioria das vezes, facilita o dia a dia. Mas, pode te deixar mimado, acomodado com tantas facilidades que oferece. E a tendência é a tecnologia melhorar cada vez mais. Talvez daqui a 15 anos, as pessoas se assustem com nosso modo de viver e se perguntem: “como vocês conseguiam viver sem isso?” O jeito é estar atento sempre e atualizado para não parar no tempo junto com tecnologias ultrapassadas, extrair tudo o que as inovações oferecem de bom e rejeitar o que não faz bem.

Tijolar

BIP

Ficha de ônibus

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